domingo, 26 de outubro de 2008

Crescer dói


Tive a idéia de criar esse post depois do comentário do Tiago sobre como é difícil ser adulto.

Parei pra pensar nisso depois que li uma carta da Juliana que recebi quando completei 17 anos. Quase chorei quando li. Porque será que as lembranças às vezes causam tristeza, ou vontade de voltar no tempo? Porque temos vontade de voltar a ser crianças? E porque quando somos crianças temos vontade de ser adultos logo? Não sei, ainda não consegui compreender. Sei que cada vez que vejo fotos antigas ou leio cartas me bate uma tristeza, mas ao mesmo tempo uma alegria de relembrar aquele passado. Será que nenhum de nós vai fazer psicologia pra explicar esse sentimento?

A verdade é que hoje muitos não querem assumir o grande fardo de ser adulto. Às vezes vemos trintões ou quarentões se vestindo como adolescentes, nos botecos, “de rolo” com alguém, com medo de assumir compromissos. Desculpem-me os rapazes, mas vejo isso acontecer na maioria das vezes com os homens. As mulheres também de certa forma parecem ter medo de palavras como “maternidade”, “dona de casa”, “fazer comida”, “lavar roupa”. Calma, calma, não se assustem ainda porque o pior está por vir: “casamento”. Nossa, sinto até um eco no fundo quando leio essa palavra, como se fosse um fantasma. Afinal, porque as pessoas têm tanto medo dessas 9 letras? O carinha ta lá, morando há sete anos com a guria e ainda diz que tá namorando? Como assim? O que isso tem de diferente de um casamento? Do que se alimenta? Mas enfim, casamentos à parte, continuemos com nossa análise sobre ser adulto...

Acho que, como tudo na vida, ser adulto tem seu lado bom e lado ruim. Sei que muitas vezes é uma vida chata, mas inevitável, cheia de responsabilidades e suas conseqüências. Mas também, pensem bem, podemos fazer o que queremos sem dar (muitas!) explicações. Hoje, se quisermos, podemos não casar, trocar de emprego toda hora, não ter filhos, deixar a faculdade para mais tarde, morar fora do país (ou morar com os pais até sabe-se lá quando). O problema que vejo nisso é que hoje as coisas são muito transitórias, descartáveis, e ninguém quer mais nada a longo prazo que gere comprometimento. Sabem porque? Porque isso implica renúncias, tolerância, paciência e, principalmente, maturidade emocional.

Claro que sinto falta das brincadeiras inocentes, de não ter hora pra nada (a não ser pra escola), de falar bobagem, de cuidar os “gatinhos”. Mas é preciso amadurecer, e isso não é chato, pelo contrário, aprendemos a tomar conta da nossa própria vida! Ter filhos, casar, cuidar de uma casa, enfim, isso não define alguém maduro, são apenas as escolhas da pessoa, que infelizmente ficaram marcadas como o estereótipo de adulto. De resto, se quisermos podemos continuar nos vestindo como adolescentes, jogar videogame... O que importa de verdade não é a aparência, muito menos a escolha do estilo de vida. O que vale é a maturidade emocional e isso se adquire a cada dia.

Não adianta: crescer dói.

10 comentários:

Juliane Soska disse...

bah, nem fala.

meu dia começa às 7h e acaba meia noite, trabalhando e estudando afú.
ando meio cansada.
tbm queria voltar ao tempo de 109!

Anônimo disse...

Como diria Chaplim (acho q foi ele... hehehe) a gente deveria nascer velho, pra aproveitar a vida com o dinheiro da aposentadoria, depois sermos adultos e trabalhar, sermos crianças, pra aproveitar e brincar bastante e por fim, voltarmos pra barriga quentinha da nossa mãe.... hehehe

Priscila disse...

Já eu amo a minha vida agora, muito mais do que antes.
lembro que tudo era difícil, tudo dependia da autorização dos outros... nada que eu queria fazer podia sem que alguém desse o amém...
por isso eu também tenho horror a palavra casamento... por que agora que eu conquistei minha liberdade, não quero voltar a pedir autorização e dar explicações a ninguém....
fora isso... não tem coisa melhor que namorar.... a magia de se encontrar somente no final de semana... e não ter que ficar falando sobre contas e problemas...
trabalhar e estudar até cansar é ótimo, sinal que estamos fazendo algo de produtivo e útil... assim o final de semana é mais gostoso...

Fabiano Kam disse...

Show teu post Camila. Mas discordo de que crescer dói. Para mim, a vida é como vinho, quanto mais passa o tempo, melhor fica.

Nada mais prazeroso do que amadurecer emocionalmente, ou até mesmo, lembrar das coisas boas do passado. Não com o sentimento de vontade de voltar, mas apenas lembrar.

Porém, talvez isso pode estar relacionado com as experiências de cada um. Minha infância foi muito boa, adolescência nem tanto, mesmo assim não tenho vontade de voltar no tempo, me preocupo muito mais com o futuro.

Obs.: Como eu queria fazer psicologia :(

Anônimo disse...

Tu tens razão Fabiano. Concordo contigo. Minha infância foi boa e minha adolescência tbm. Mas não sei porque às vezes quando lembro das coisas do passado fico emotiva... hehehe
É que as responsabilidades pesam... hehehe

Anônimo disse...

Como diria o Gelton: tudo é relativo, aushuahsuahuhas, alias por onde andam estes cabras que foram nosso professores? Sei q o Osvandeco tava na Bahia, magro q é um rato, hehehe.
Mas se juntassemos nossa idade de agora com o prazer de não ter responsabilidades e nem pressões da adolescencia seria perfeito, ou seja, precisamos ganhar na loteria, aushuahsuhauhuhas.
Concordo com o Fabiano, é bom ser adulto, concordo com a Camila, faz falta a adolescencia, e descorodo da Pricila, precisamos casar, pois que irá estar do nosso lado pra esquentar a cama quando formos velhinhos? hehehe. Casamento não é escravidao e sim viver a vida com outra pessoa que nos complete. Masáh, filosofei agora! aushuahs
Perdoem os erros de portugues, mas é q vcs sabem nunca fui muito bom em biologia! aushuahs

Anônimo disse...

Isso é verdade Tiago. Quando escrevi sobre casamento tava querendo dizer que a maioria das pessoas vê como uma prisão, sei lá... acho legal tu ter uma pessoa do teu lado, que seja parceira, que goste das mesmas coisas que tu, enfim... acho q ninguém é feliz sozinho. Claro que tudo sempre tem dois lados.... hehehe

Unknown disse...

A questão não está exatamente na idade em si, mas sim pela postura da pessoa diante do futuro.
Creio que seus questionamentos sejam próprios da pessoa que você é, bem definida, sensível profissional de comportamento social um pouco instável, as vezes calmo e alegre, outras inexplicavelmente agressiva e logo sensível novamente, mas acima de tudo responsável pelo seu trabalho, pela tua facul, pela tua família, pela tua grana...
Uma menina, mas já com todas as responsabilidades de adulto, mora com a família, mas divide responsabilidades, sem falar de sua profunda capacidade de amar.
Não se assuste, mesmo com tudo isso, tu sabe também ser aquela menina que “chorou” quando não pintou o ingresso do REM.
Estou certo que todos nós que temos o privilégio de conviver contigo só temos do que nos orgulhar.
Meu conselho: Não esquenta.
Ser adulto é bom, mas não muito.

Anônimo disse...

quem é Tadeu? aushuashuahsu
Sério, não lembro! hehehehe

Anônimo disse...

Tiago, o Tadeu é meu chefinho... hehehe
Eu mandei um link do texto pra todos os meus amigos do orkut. ele leu e comentou.... hehehe